segunda-feira, 19 de novembro de 2012


Bandeira do Brasil

                              
Bandeira do Brasil,
Ninguém te manchará.
Teu povo varonil                        
isso não consentirá.
Bandeira idolatrada
altiva a tremular,
onde a liberdade
é  mais uma estrela a brilhar.

Esta é parte da canção “Fibra de Herói“, escrita por Teófilo de Barros Filho e musicada por Guerra Peixe em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial. Foi cantada por Sílvio Caldas e adotada pela Infantaria como seu hino.
Quando professora nos anos 70, ensinei e cantei muito com as crianças nas escolas.
Naqueles tempos duros, parece que o sentimento de brasilidade era outro, as pessoas cultivavam um amor e um respeito pela Pátria com fervor, e o povo tinha muito orgulho de ser brasileiro.
Todos sabiam cantar o Hino Nacional, em postura de respeito, com emoção de verdade. Ninguém cantava o nosso Hino de chapéu na cabeça, sentado, agachado ou mascando chicletes.
 E todos sabiam cantar o “Salve lindo pendão da esperança, Salve símbolo augusto da paz”, que é o Hino em louvor à Bandeira Brasileira. Em desfiles nas datas comemorativas, carregar a Bandeira era uma honra muito disputada pelos estudantes.
  E qualquer brasileiro de minha geração tem na memória, a diferença que fez o verde-amarelo na “Campanha das Diretas já”, com os  jovens de caras pintadas pedindo as eleições, para restabelecer a Democracia roubada pelos militares, que impuseram a Ditadura.
 Foi quando a Bandeira brasileira virou uma marca, um agasalho, circulando aos milhares no meio da multidão, transformando-se num troféu do povo. Foi um tempo de recuperação do sentimento de brasilidade, que todos sentiram na pele. Nunca um movimento político conseguiu unir tantos cidadãos, que foram às ruas, gritar o inconformismo com a situação econômica e política do país. Pobres, ricos, sábios, analfabetos, intelectuais, políticos, religiosos, todos se irmanaram para resgatar o direito ao voto direto. 

A força da Bandeira fez a diferença, porque despertou os brasileiros adormecidos no regime de Ditadura, que mandava e desmandava no país. E o grito de guerra foi: “Um, dois, três, quatro, cinco mil, queremos eleger o Presidente do Brasil”.
O voto direto foi assim recuperado.

Uma década mais tarde, o povo comandado por estudantes secundaristas e universitários saiu às ruas num mesmo movimento, pedindo o Impeachment do Presidente, que desgovernou o Brasil, refém que foi de grupos poderosos, que o haviam apoiado durante a campanha eleitoral.
Novamente, os jovens de caras pintadas de verde-amarelo saíram aos milhares e num uníssono gritaram: “Fora, Collor!”.
         E o Presidente caiu.

        Em várias ocasiões, tivemos momentos de pura emoção, quando Ayrton Senna, o eterno ídolo da Fórmula 1 carregava a Bandeira brasileira na volta triunfal, nas pistas de tantos autódromos  do mundo. E isso, não foi uma vez apenas, foram dezenas de vezes, que levaram o povo brasileiro ao delírio. Tanto é que ele, mesmo após 18 anos de falecido, ainda tem fã-clube em vários países. 
                                     
         Também o Guga foi responsável pelo despertar de patriotismo em nossos corações, quando vencia as partidas de tênis, em famosas quadras internacionais. Muitas alegrias nos proporcionou esse tenista gaúcho.
        
         Nosso futebol fazendo bonito nas Copas do Mundo, o basquete nos Jogos Pan-americanos, o judô nas Olimpíadas foram outros momentos de glória, onde o pendão verde-amarelo esteve sempre tremulando e, enchendo nossos corações de orgulho.
        E nesse dia 19 de novembro de 2012, fico matutando aqui comigo, se não será necessário mais um movimento semelhante, para despertar consciências, e resolver de vez a questão do mensalão.
         Exigindo a devolução de tudo que os corruptos políticos roubaram.
E cadeia pra eles!

Mirandópolis, 19 de novembro de 2012.
kimie oku in “cronicasdekimie.blogspot.com”

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