sexta-feira, 15 de março de 2019



                Coimbra
Aos onze anos fui estudar em Coimbra.
        Papai me deu uma nota de 100 escudos, que equivalia a cem dólares e me disse: “Faça o que quiser com esse dinheiro. Se quiser fumar, fume. Se quiser ir com mulheres, lave-se bem. A partir de hoje, a vida é sua. Você tem que administrar a sua vida e o seu corpo”
        No mês seguinte, perguntei ao meu pai se poderia me dar o dinheiro trocado. E ele me perguntou: “Por quê, filho?” “Porque gastei tudo em uma semana.”
        No mês seguinte fui ao Banco, pedi 4 envelopes e dividi os 100 escudos em quatro envelopes de 25 dólares, que teria que durar a semana toda, e sobrar 10%.
Com a economia dos 10 %, quando tinha 13 anos comprei uma escrivaninha de um estudante de Medicina.
Em 1958 quando voltei a Portugal, pedi a João Pocinho para restaurá-la e a trouxe ao Brasil.
(Mario Varela)

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