Coimbra
Aos onze anos fui estudar em Coimbra.
Papai me deu uma nota de 100 escudos,
que equivalia a cem dólares e me disse: “Faça o que quiser com esse dinheiro. Se
quiser fumar, fume. Se quiser ir com mulheres, lave-se bem. A partir de hoje, a
vida é sua. Você tem que administrar a sua vida e o seu corpo”
No mês seguinte, perguntei ao meu pai se
poderia me dar o dinheiro trocado. E ele me perguntou: “Por quê, filho?” “Porque
gastei tudo em uma semana.”
No mês seguinte fui ao Banco, pedi 4
envelopes e dividi os 100 escudos em quatro envelopes de 25 dólares, que teria
que durar a semana toda, e sobrar 10%.
Com a economia dos 10 %, quando tinha 13 anos comprei uma
escrivaninha de um estudante de Medicina.
Em 1958 quando voltei a Portugal, pedi a João Pocinho para
restaurá-la e a trouxe ao Brasil.
(Mario Varela)
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