Passo a publicar umas crônicas
interessantes de um dos homens mais
fascinantes que conheci nesta vida.
Por enquanto, quero que os amigos conheçam
os pensamentos dele.
Da
janela
Minha janela se abria para a cidade de Condeixa, que no inverno
parecia feita de giz.
Perto da janela havia um jardim.
Era um tempo de estiagem, de terra farelada e o jardim era muito lindo.
Todas as manhãs vinha a tia Maria com um balde, e em silêncio ia
tirando com a mão, umas gotas de água.
Não era rega.
Era uma aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
Eu olhava para as plantas, para a tia Maria, para as gotas de água que caiam de seus dedos magros, e meu
coração ficava completamente feliz.
( Mario Dias Varela, 90 anos)
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