terça-feira, 5 de março de 2019




     Passo a publicar umas crônicas interessantes de um dos  homens mais fascinantes que conheci nesta vida.
    Por enquanto, quero que os amigos conheçam os pensamentos dele.

          Da janela

Minha janela se abria para a cidade de Condeixa, que no inverno parecia feita de giz.
Perto da janela havia um jardim.
Era um tempo de estiagem, de terra farelada e o jardim era  muito lindo.
Todas as manhãs vinha a tia Maria com um balde, e em silêncio ia tirando com a mão, umas gotas de água.
Não era rega.
Era uma aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
Eu olhava para as plantas, para a tia Maria, para as gotas  de água que caiam de seus dedos magros, e meu coração ficava completamente feliz.
( Mario Dias Varela, 90 anos)

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