Las
Palmas, Canárias
Em
05 de novembro de 1951 embarquei em Lisboa no transatlântico inglês o Coito 2
Tigrante, rumo ao Brasil.
O
navio fez escala em Las Palmas nas Canárias, para manutenção e abastecimento.
Cansados
de ver apenas o mar por cinco dias, eu e quatro companheiros de viagem
desembarcamos.
Queríamos
a caneta Parker 51, uma caneta que possuía um reservatório de tinta no bojo, e
era a coqueluche da época, ou o topo da gama.
A caneta autêntica tinha como referência
três pontinhos em forma de triângulo, gravados no seu corpo. Estávamos ansiosos
para comprá-las e revendê-las com bom lucro no Brasil. Queríamos comprar outras
mercadorias como colchas, sedas e a caneta Parker 51.
Logo vimos as canetas, eram lindas, com
o aparo embutido na parte de dentro, tinha três pontos em forma de triângulo,
garantindo sua autenticidade, e uma tampa reluzente e dourada. Havia nas cores
preta, verde, azul, branca e vinho tinto.
Analisamos uma a uma do mostruário.
Encomendamos dez, duas de cada cor.
O negociante foi buscá-las e ficamos à espera...
(Mario Varela)
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