segunda-feira, 15 de abril de 2013




         Como eu gostaria...

Gostaria de escrever só coisas agradáveis para deixar meus amigos contentes. Gostaria de saber usar o verbo só para transmitir alegria.
Gostaria de saber usar as palavras de um jeito que consolasse quem está magoado. Gostaria de passar boas ideias para espantar a tristeza dos dias vazios.
Gostaria de passar imagens positivas e despertar o entusiasmo nos jovens. Gostaria que os meus textos fossem uma linda canção, que encantasse quem a ouvisse.
Gostaria de passar força e coragem para as pessoas pelejarem com alegria, todos os dias de suas vidas, sem esmorecer nunca.  Gostaria de estimular quem está desanimado, empurrar quem está parado, acelerar quem está quase parando.
Gostaria de dar forças aos desalentados, de despertar a fé em quem não crê. Gostaria de ouvir as pessoas sós, que não têm com quem conversar.
Gostaria de inspirar as pessoas a construírem coisas boas, que sirvam à comunidade. Que suas vidas não sejam vãs. Que deixem um bom legado neste mundo, comprovando sua passagem.
Gostaria de despertar os jovens para a realidade da vida. Gostaria que eles não buscassem ilusões nos descaminhos que destroem. Gostaria que eles parassem,  observassem, refletissem e aprendessem com os erros dos outros, para não errar também. Sem que ninguém precise chamar-lhes a atenção.
 Gostaria de ajudar os que sofrem, dando-lhes um pouquinho de alento enquanto me leem.
Gostaria... gostaria... gostaria...
Apenas desejos. Apenas sonho. Apenas anelos.
Quem deveria ler, não lê. Quem não quer aprender não imita, nem pratica os bons exemplos. Quem quer se realizar o faz sozinho, sem um empurrão alheio.
A humanidade é complicada e difícil de entender. A maioria não lê. A maioria não faz reflexões. O máximo que faz é criticar posturas de outrem, sem uma análise profunda das razões, que há por trás delas.
E tudo é modismo. A tevê pregou? Tá na moda! Por que o ser humano gosta de se rastejar, quando pode andar verticalmente? Por que não age de acordo com seu pensar? Por que gosta só de imitar, mesmo que seja ridículo? Por que não usa mais sua massa cinzenta?
Na última crônica, revivi a vida dura que nossos pais e, nós mesmos levamos quando jovens, porque tudo era inaccessível, caro e difícil. Não existia tecnologia e tudo era rústico, bruto e pesado. Todo trabalho exigia o esforço humano e, muitas vezes, esforço sobre-humano para vencer dificuldades, porque as máquinas não haviam sido inventadas. As semeaduras e colheitas eram feitas só manualmente, mas quem estava disposto a vencer não entregava os pontos. E assim, foram construídas casas, pontes sobre rios, poços foram furados, florestas imensas derrubadas, águas represadas. Tudo no muque, na força do braço humano. Musculação era cultivada no trabalho, na lida dura de cada dia. Sem luxo, para sobreviver.
Como conseguiram?
É que encararam toda obra grandiosa como um desafio a vencer. Ninguém ficou sentado à beira do caminho, pedindo para o Governo vir socorrer.
O homem tinha brio. E acreditava em si mesmo.
Hoje tudo é difícil, não dá, o governo não ajuda, não compensa. Tudo eu, tudo eu!
Em que curva do caminho, a humanidade se perdeu assim? Ninguém mais tem força para escalar, subir os degraus, um por um. Quer ir logo ao topo de uma vez e ainda quer ajuda... Em que volta dos caminhos, ele perdeu o brio, o orgulho de lutar e vencer? Até onde irá essa inércia, essa preguiça humana?
Como será o futuro da humanidade?

Mirandópolis abril de 2013.
kimie oku in cronicasdekimie.blogspot.com


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