domingo, 28 de abril de 2019


          Sobre Mário Dias Varela
     Quando li “Cabeças diversas” ou “Colcha de Retalhos”, como ele denominou seus escritos a princípio, senti um nó na cabeça.
     Era muita coisa para assimilar. Difícil de absorver...
   Eram folhetos e volumes  escritos ao longo de seus anos, notadamente  quando  estava beirando os 80 anos.
     Hoje ele tem 90  anos.
E eu o conheci há dez anos.
Confesso que não gostei nem um pouco do seu jeito dominador e procurei me afastar dele, a qualquer custo. Ele não pedia, ele obrigava. E queria tudo para ontem, nunca para amanhã.  Hiper, hiper, hiper ativo...
Dei uma olhada no material e deixei de lado...  Porque ele  o deixou aqui, mesmo sem a minha permissão.
Pensei comigo: “Tive a vida toda Diretores de Escola me comandando... Pra quê vou me submeter a ele, se sou aposentada?”
Certo dia, em 2010, espiei alguns trechos.
Era confuso, mas havia alguma coisa lá...
Foi quando li a primeira crônica “Da janela”. Era muito lindo e vi diante dos meus olhos, a  tia  Maria com um balde aspergindo gotas sobre um jardim...  Daí,  não parei de ler.
E de repente, eu  me entreguei totalmente na empreitada de analisar tudo aquilo. Não foi fácil. O ontem se misturava com o amanhã e com hoje...
     É que o seu Varela vai escrevendo no fio da memória sem rédeas, como se estivesse numa roda de amigos, contando fatos ocorridos ontem e hoje. E sobre pretensões futuras. Tudo misturado.
     Então, após muita insistência dele, me propus  a botar um pouco de ordem, mas de forma suave, como se estivesse mostrando os quadros/fotos de tudo que ele vivenciou.
      Levei seguramente meses e meses, para selecionar e fracionar em crônicas de assuntos únicos. Acho que ficou mais leve.
Espero que os leitores tenham lido cada crônica como se estivesse vendo uma pintura. Mesmo porque elas nos transportam para um outro mundo que apesar de real, parece de sonhos.
Pretendo ainda acrescentar mais  informações sobre a vida desse meu amigo, que foi antes de tudo um grande empreendedor. Para isso, estou tentando entrevistá-lo pessoalmente. Mas é uma empreitada difícil, porque hoje está em São Paulo, amanhã em Araçatuba, outro dia por aqui...  E sempre como um vento que passa de repente. Certo dia liguei e ele estava em Portugal...
Espero que essa leitura tenha passado aos leitores um pouco do fascínio que emana da personalidade do senhor Varela.
Fiquei honrada com essa tarefa.
E muito grata.
Ao senhor Mário Dias Varela , todo o meu respeito e carinho.
Mirandópolis, abril de 2019.
kimie oku  in


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