sábado, 18 de maio de 2019


                Dengue
         A doença da moda é essa tal de Dengue.
        Está tão vulgarizada, que as pessoas nem lhe dão muita importância.
      Mas, é uma doença terrível, transmitida por um bichinho minúsculo chamado Aedes Egypti, comumente chamado pernilongo. Há séculos que esses pernilongos veem se alimentando do sangue dos mortais e nunca ninguém lhes deu muita importância. Mas, de repente suas picadas se tornaram mortíferas.  E ai o mundo começou a se mobilizar para combatê-los.
       Honestamente falando eu mesma nunca me importei com as centenas de picadas que eles já me deram! (Acho que tenho sangue doce! Porque se há cinquenta pessoas num ambiente e um só pernilongo, ele vem justamente atacar a mim!) E como coça a sua picada, forma calombos e sofro por dias esfregando o local. Por isso odeio esses malditos bichinhos.
       Há uns anos tive Dengue, mas não foi muito ruim. Eu era mais jovem, tinha mais resistência. Mas agora me pegou de fato.
       Começou num sábado com indisposição generalizada, sem vontade  de sair de casa, sem vontade de fazer compras, sem vontade de visitar amigas doentes, sem vontade de ligar pra ninguém... O corpo só pedia cama e fiquei estirada na horizontal, como uma morta.
       Achei que era problema de labirintite, que me ataca às vezes... Mas a coisa foi num crescendo e no Domingo eu estava realmente doente, sem apetite e olhe que sou comilona mesmo! O mal estar se agravou com ânsias de vômito, fraqueza, pernas bambas e uma canseira sem fim. Até me levantar da cama virou tortura. Ir à cozinha beber alguma coisa me deixava prostrada de canseira.  Aguentei uns dias até que meu filho me levou a um médico particular.  Ele só me mandou tomar Dipirona e Paracetamol, muito líquido e fazer um Hemograma. E a mocinha do laboratório me disse que exame só depois de sete dias após os primeiros sintomas...  E não me orientou nada. Voltei pra casa e passei a tomar Dipirona e Paracetamol de seis em seis horas.  Aí danou de vez. O remédio me atacou de vez e nada parava no estômago. E a sensação de vazio no corpo e na alma foi progredindo de tal forma que achei que a morte seria a solução...
   Então uma cirandeira, a amiga Maria de Fátima Sanches me ligou e me  sugeriu procurar o Posto de Saúde, para me reidratar com soro  e fazer a Prova do Laço, que consiste em avaliar o estado dos vasos capilares.
      Meu esposo me levou e ficamos das 14.30 às dezenove horas entre o Centro de Saúde e o Hospital Geral. Fizeram os exames, passei por avaliação de dois médicos, coletaram meu sangue e me passaram soro.  Não posso reclamar do atendimento. Havia tanta gente para ser atendida, mas todos foram solícitos e cuidaram de mim com a maior atenção. Especialmente o médico Dr. Weber, que me explicou que a queda das plaquetas pode ocasionar sangramento facilmente, daí a Dengue Hemorrágica.
       Quando me senti um pouco animada postei no face as minhas condições. E os amigos todos se empenharam em me ajudar. O Manoel Eduardo Correa disse que deveria tomar suco de inhame com laranja para elevar o nível das plaquetas e gelatina para ajudar na recuperação. Sabendo que o inhame pode ser tóxico, usei moderadamente desse tratamento, mas foi um santo remédio. Tomei muita água de coco também. Em dois dias eu estava me ressuscitando. E consegui comer alguma coisa. Gelatina realmente é uma boa pedida, porque é refrescante e não provoca enjoo. E todos os dias tomava o suco de inhame com laranja e outra fruta. Fui me fortalecendo rapidamente e consegui ingerir comida salgada. E percebi que comida de fora é mais digerível. Meu filho mandou uma comida de restaurante no dia das Mães e consegui consumi-la, sem nenhum enjoo. Fiquei mais forte.
       Felizmente não tive dores de cabeça, no fundo dos olhos, nem febre alta, nem dores no corpo, nem coceira e não fiquei vermelha. Sei que ainda  estou convalescendo, mas estou bem, graças a Deus.
Foram duas semanas perdidas, em que me senti totalmente inútil porque não gosto de ficar parada. Já fui pro sítio, já fui fazer compras, mas o cansaço é forte ainda. O veneninho do bicho ainda está no meu sangue. E sei que preciso me poupar para não detonar meu fígado e nem o coração. Mas a minha preocupação agora é que ninguém mais pegue essa coisa.
E todos os dias passo veneno nos ralos externos, porque os de dentro estão tampados e coloco repelentes em todos os ambientes.
Não quero que ninguém passe pelo que passei.
      Sobrevivi! Graças a Deus!
Mirandópolis, maio de 2019.
kimie oku in
http://cronicasdekimie.blogspot.com.br/

Nenhum comentário:

Postar um comentário