Casas do futuro
Ao analisar as transformações que
ocorreram na sociedade com o advento da industrialização, me ocorreu que no
futuro muitas coisas se tornarão obsoletas. As pessoas mudaram seus hábitos e
permanecem em casa apenas para tomar banho e descansar. Já está ocorrendo.
Se pensarmos bem, as famílias não terão
mais cozinha porque comerão em lanchonetes, padarias e restaurantes. A rotina
ficará assim: ao se levantar de manhã, o cidadão irá para a padaria próxima
tomar café. Lá poderá escolher o que comer e o que beber. Lá mesmo verá o
noticiário do dia, encontrará amigos e depois de um papinho se encaminhará para
o trabalho. Quando chegar a hora do almoço, irá para a lanchonete e ou
restaurante de preferência e resolverá a questão em pouco tempo, sem ter que ir
até a casa, porque a maioria deverá trabalhar longe dela. Assim, evitará
dirigir o carro no trânsito caótico, ou tomar um ônibus ou metrô. Ao encerrar o
expediente, voltará para casa para tomar um banho e descansar. No dia seguinte tudo se repetirá.
Então numa casa haverá com certeza uma
sala de estar, um banheiro completo e quartos para os membros descansarem.
Cozinha não terá vez. Fogões, geladeiras e panelas irão desaparecer. E por não
precisar guardar mantimentos não haverá também uma despensa. Como não haverá cozinha, não será preciso
comprar gêneros alimentícios no mercado. E Mercado nessa altura estará
condenada a desaparecer, com certeza. Os Restaurantes e Lanchonetes comprarão
as mercadorias via Internet diretamente do produtor.
Então como seriam as cidades? Essas
fileiras de casas de comércio que abrem as portas todas as manhãs deixarão de
existir. O espaço será ocupado apenas por padarias e casas de pasto ou
restaurantes. O movimento acontecerá nesses pontos e em horários de café da
manhã, almoço e jantar.
A maior parte de serviços atenderá via
Internet e será rápido e eficiente. Fisioterapeutas, mecânicos, médicos, professores
atenderão nas casas e será sempre um atendimento personalizado. Padarias,
açougues e mercearias entregarão os produtos nas casas, sem que o cliente tenha
que ir até lá fazer o pedido. O que não deixará de existir são os carros, que
atravancarão as ruas, os estacionamentos, as garagens... Até o homem descobrir
um meio mais fácil de se locomover sem usar esses trambolhos imensos.
Eu percebo que a sociedade está
caminhando para um futuro assim. Talvez seja mais eficaz e economize tempo e
dinheiro. Mas...
Os japoneses costumam dizer que, para se
manter unida uma família deve partilhar
pelo menos uma refeição diariamente com todos os membros. Porque nessa hora de
saborear a comida decisões importantes são tomadas, e a comunicação é feita
entre todos. Acabando isso, os laços irão se afrouxando e cada um viverá num
mundo à parte.
Comer na padaria, na lanchonete, no restaurante ficará muito
impessoal e a ligação familiar irá morrendo aos poucos.
No futuro, a família não terá vez.
Ainda bem que vou partir antes.
Mirandópolis, julho de 2019.
kimie oku in
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