sábado, 12 de novembro de 2011

ANIVERSÁRIO DA CIRANDA (relato)



No ultimo sábado, 29 de outubro , comemoramos um ano de Ciranda.
A comemoração aconteceu na Chácara do senhor Albertino Prando , com a presença da maioria dos cirandeiros.
Todos se confraternizaram com um churrasco, e muita música.  O almoço foi simples, com bastante legumes e frutas,  para combater o calor sufocante que fazia.
A presença de muitos violeiros foi o destaque do dia:         a dupla Milton e Miro que está divulgando o nome de Mirandópolis na região, o professor de violão Valdevino Emídio de Souza, com seus acordes afinados de viola, como só ele sabe tocar,  o acordeonista Albertino Prando e o pandeirista  Toninho, o Zeferino Coqueiro e seu parceiro, e mais outros, todos cantando e encantando com suas belas apresentações, acompanhadas em coral pelos presentes.
Como sói acontecer sempre nos encontros da Ciranda, os poetas  apresentaram  seus poemas . O sr Orlando Serafim apresentou dois poemas de sua autoria, que relembra com saudades os tempos de outrora.  José  Maria de Carvalho,  o Dedé  leu um texto sobre  a arte de envelhecer com leveza. A profa. Flora também leu um texto,  destacando a diferença entre o idoso e o velho. O senhor Pedro Squinca declamou um belíssimo poema, que relata fatos acontecidos em sua vida, repleta de incríveis proezas. A dona Maria , esposa do sr. Egídio Vicente relatou um fato curioso, que aconteceu no sepultamento de um mendigo, que ocorrera no mesmo dia do nosso lendário profeta Gentileza.  E o professor Gabriel Carbello  relembrou aos presentes, a necessidade de falar aqui e agora, porque os momentos passam e a oportunidade acaba se perdendo para sempre. Disse da importância de todos se manifestarem , porque todas  as pessoas têm histórias lindas para contar, assim como o sr. Pedro Squinca. Carpe diem..

E a idealizadora da Ciranda falou o seguinte:

“Cirandeiros,
Quando inventei a Ciranda, eu pensei que estaria começando uma missão, e cheguei a falar disso aos amigos que me apóiam nessa tarefa.
Achava que estaria fazendo uma obra de caridade, ajudando as pessoas solitárias e tristes. E achava que era uma grande obra, o máximo.
Mas estava totalmente enganada.
Caridade se faz doando  alguma coisa. Depois  de  entregar essa coisa, está terminada a obra.
Na Ciranda é diferente, porque entrou o fator Amizade, o Carinho, o Bem querer.
E aí percebi que não sou eu que beneficiava vocês. Vocês é que preencheram meus dias, dando novo rumo à minha vida.
Um ano cirandando e aprendi tanto!
Aprendi que eu estava sozinha no meio da multidão. E que há tanta gente generosa, que quer compartilhar seus dias, suas dores, seu cafezinho, suas saudades, seus bolos, suas flores, seus artesanatos de fuxico, seus bordados, seus sonhos, suas alegrias, sua vida.
A Ciranda deu certo porque a gente  brinca e se dá as mãos, igualando todos na mesma roda, sem grandes e pequenos.  Todos brincando de roda,  como crianças.
Hoje há tanta gente querendo entrar nessa roda, mas temos receio de perder o controle.  Por isso, vamos selecionar as pessoas que mais precisam, porque não podemos perder o objetivo da Ciranda,  que é ajudar as pessoas que vivem muito sós.
E assim, vamos para o segundo ano cirandando. Sem luxo, sem frescuras, na simplicidade.
Porque é assim que estamos felizes e realizados. Fortalecidos e abençoados pela companhia e amizade de todos vocês.
E Viva a Ciranda !”
              Mirandópolis,outubro/2011
                                                   Kimie oku 


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