terça-feira, 20 de dezembro de 2011

crônica CALÇADA É DO PEDESTRE

                  
    Na História da Civilização, quando surgiram as primeiras vilas, eram apenas um amontoado de casas, umas perto das outras, desalinhadas, sem  nenhuma ordem.
 E alguém achou que era necessário programar as construções, para facilitar o trânsito de  pessoas, cavalos e carros de bois.
 A urbanização organizou as cidades em quadras simétricas, deixando espaço entre elas, para o tráfego dos meios de transporte e, também para os transeuntes.
 Com o advento do carro automotorizado, foi preciso alargar as ruas, e percebeu-se a necessidade de uma passarela, para as pessoas circularem com segurança.
  E assim , surgiu a calçada. E ficou determinado que a rua é dos carros e a calçada é dos pedestres.
  A calçada é dos pedestres.
  É uma passarela, reservada para as pessoas usarem, sem perigo de serem atropeladas pelos carros, que trafegam nas ruas.
  Hoje porém, o perigo não vem das ruas.
  Vem das lojas.
  Há uma porção de lojas nesta cidade, que usam a calçada como extensão delas. Ali expõem suas mercadorias, como se fosse uma feira.Desrespeito total.
  Calçada é passarela do pedestre. 
 Há algumas esquinas, sem calçadas para os transeuntes, porque estão sempre atravancadas de móveis, bicicletas, pilhas de cadeiras, armários, roupa, fileira de eletrodomésticos e até... automóveis.
 Dois anos atrás, havia apenas algumas lojas que assim procediam, hoje há mais de vinte.
 A calçada é do transeunte, em toda a extensão. Qualquer obstáculo obriga o passante a apelar para a rua, onde corre o perigo de ser colhido por uma moto, um carro.
 E os lojistas nem estão aí... deixam uma faixa estreita para uma pessoa transitar, e acham que está tudo bem.
 Mães que empurram carrinhos de bebê, pais com duas a três crianças, pessoas idosas, com dificuldade de caminhar passam por aí, e sofrem quando cruzam com outras pessoas. Às vezes, se enroscam em bicicletas, outras contornam os carros, ali plantados sobre a calçada, e usam a rua sempre com risco de serem colhidas por motos e outros carros.
  E tudo isso, por quê?
  Falta de consciência do lojista, que não respeita o ser humano, o provável cliente. (Eu particularmente, evito comprar nessas lojas, que usurpam nossos direitos e, conclamo os leitores que façam o mesmo, para mudar a situação)
  Há lojas que, usam a calçada como oficina de trabalho, montando móveis... e os passantes que se danem.
    E tudo para vender mais, lucrar mais. Dinheiro tem mais valia que a vida do cliente.
    Calçada é do pedestre.
   Até quando vamos proceder como terceiro mundo, usando de artimanhas e recursos ilegais, para encher os bolsos?
  Se você é estabelecido legalmente, por quê apela para procedimentos próprios de economia de bolha?
    Respeito é bom e não faz mal.
    Calçada é passarela do pedestre!
    Calçada não é cozinha!
    Calçada não é sala de estar!
    Calçada não é quarto de dormir!
    Calçada não é guarda-roupa!
    Calçada não é garagem!
    Calçada não é área de serviço!
    Calçada não é depósito!
    Calçada é do pedestre!
    Ninguém gosta de ser desrespeitado.
  Já imaginou, senhor lojista desrespeitoso, se em contrapartida, alguém tivesse a ideia de levar para o interior de sua bela loja, tudo que não cabe em nossas casas? 
  Roupas, cadeiras, armários, fogões, estantes, máquinas de lavar, bicicletas velhas e, até aquele carro antigo, que não cabe na garagem?
   Seria um Deus nos acuda, né?
   Pois é exatamente isso, que o senhor está fazendo, ao usar a calçada como propriedade sua.
   E ela não é sua ! 
   É do povo! 
  Para finalizar, será que há alguém lucrando  por fora, com esse desleixo na cidade? 
   Por quê as autoridades fazem que não vêm? 
   Será que há alguma propina rolando ?
   3º Mundo.....4º Mundo... Submundo.... 
   Se não é isso, por quê ninguém faz nada?
   E a Lei orgânica do Município?  Para quê serve?
   Calçada é do pedestre!
   E ponto final!

             Mirandópolis, 22 de abril de 2010.
                                  Kimie oku

Um comentário:

  1. Ausência de fiscalização, ausência do Poder Público. João

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